terça-feira, 6 de julho de 2010

PEQUENA CRONOLOGIA SOBRE ANTI-SEMITISMO.


70-135 EC: sufocados pelos romanos da maneira mais brutal, tentou-se eliminar o nome da pátria judaica, mudando o de Jerusalém para "Aélia Capitolina" e transformando a Judéia em "Palestina Síria", para que não houvesse mais lembrança dos judeus.
160 EC:, Justino, o Mártir, condenou os judeus como "filhos de meretrizes".
200 EC:, Tertuliano escreveu o primeiro manifesto cristão sistemático contra os judeus. Ele também já tinha passado a considerar a Igreja como sendo o verdadeiro e eterno Israel. Depois disso foram publicados muitos outros panfletos anti-judeus por Pais da Igreja.
250 EC:, Cipriano, um dos Pais da Igreja, escreveu: "O diabo é o pai dos judeus". Mais tarde, essa acusação passou a ser encontrada constantemente no anti-judaísmo cristão.
325 EC: no Concílio de Nicéia – pela primeira vez em um concílio –, não foram convidados bispos judeus-cristãos. A festa da Páscoa foi transferida para o domingo após pessach (a páscoa judaica) com a justificativa: "Seria o cúmulo da falta de reverência seguirmos as tradições dos judeus nesta maior de todas as festas. Não devemos ter nada em comum com esse povo abominável".
387 EC: teve início a maior campanha de instigação cristã contra os judeus de que se tem notícia na Antiguidade – e ela foi patrocinada pelo Pai da Igreja João Crisóstomo, a partir de Antioquia (Síria). Ele disse, por exemplo, que a sinagoga era "lugar de blasfêmia, asilo do diabo e castelo de Satanás".
415 EC: o bispo Agostinho de Hipona escreveu que os judeus carregam eternamente a culpa pela morte de Jesus. Em decorrência, o monge Barzauma instigou uma perseguição aos judeus em Israel, quando inúmeras sinagogas foram destruídas.
538 EC: foi vetada a entrada de judeus nas guildas (associações de mutualidade formadas na Idade Média entre as corporações de operários, negociantes ou artistas), restando à maioria deles apenas a opção do comércio.
613 EC: foi dado um ultimato a todos os judeus da Espanha: batismo ou desterro.
1021 EC: Roma foi sacudida por um terremoto na Sexta-Feira da Paixão. Em conseqüência, judeus foram presos e acusados de terem furado uma hóstia com um prego. Eles foram torturados e queimados na fogueira.
1240 EC: Em Paris foram queimados publicamente por monges dominicanos todos os exemplares disponíveis do Talmude. Essa foi a primeira queima oficial de escritos judaicos pela igreja católica.
1348 EC: a "peste negra" (peste bubônica) alastrava-se pela Europa, dizimando um terço da população. Os judeus foram acusados de envenenar as fontes de água, causando a epidemia. O papa Clemente VI expediu uma bula em que declarava todos os judeus inocentes dessa acusação, mas não foi possível impedir que, em quase todas as localidades nas quais havia uma comunidade judaica, irrompessem "pogroms" matando inúmeros judeus.
1401 EC: foram queimados vivos 48 judeus em Schaffhausen (Suíça).
1431 EC: o Concílio de Basiléia determinou que os judeus tinham de viver separados dos cristãos. Desse modo surgiram em muitas cidades os bairros judeus, mais tarde chamados de "guetos".
1523 EC: Lutero escreveu que Jesus era "judeu de nascimento". Ele empenhou-se para que os judeus fossem tratados de maneira amistosa, para levá-los à conversão. Vinte anos depois, em 1543, decepcionado porque os judeus não se convertiam à fé evangélica, Lutero lançou o seu manifesto anti-judaico "Sobre os Judeus e Suas Mentiras". Nesse livro ele propunha que as sinagogas deveriam ser queimadas. Pouco tempo mais tarde, o príncipe da Saxônia expediu um rigoroso mandato anti-judaico, tendo por base os escritos de Lutero.
1756 EC: o filósofo francês Voltaire lançou suas "Obras Completas", contendo uma série de violentas passagens anti-semitas.
1879 EC: o alemão Wilhelm Marr fundou a Liga Anti-Semita; ele é considerado o criador da expressão "anti-semitismo".
1880 EC: o "filósofo do anti-semitismo" Eugen Dühring publicou sua obra "A questão judaica como questão de raça, nociva à cultura e à existência dos povos". Ele escreveu:
A origem do desprezo generalizado pelos judeus reside em sua absoluta inferioridade em todas as áreas intelectuais... Trata-se de uma raça inferior e degenerada. É tarefa dos povos nórdicos "arianos" exterminar raças parasitárias desse tipo, assim como costumamos exterminar cobras e outros predadores.
Em 1881 Richard Wagner publicou um ensaio onde recomendava o anti-semitismo político e classificava os judeus de "demônio causador da decadência da humanidade".
1903 EC: eram publicados pela primeira vez, em São Petersburgo, os "Protocolos dos Sábios de Sião", profundamente anti-semitas. Os "Protocolos", escritos por anti-semitas cristãos, falavam de uma conspiração mundial judaica para o domínio do mundo. Infelizmente, desde então houve e há muitos que sucumbiram às mentiras dos "Protocolos dos Sábios de Sião", dando-lhes mais crédito que às verdades bíblicas.
1905 EC: foi fundada a "União do Povo Russo", de cunho anti-semita.
1918 EC: foram afogados no mar em Ialta 900 judeus pelas mãos de anti-semitas e em Sebastopol (Criméia) todos os líderes judeus foram assassinados.
1922 EC: o ministro do Exterior da Alemanha, Walther Rathenau (o primeiro judeu a ocupar esse cargo), foi assassinado por anti-semitas. Mais tarde Hitler anunciava: "o extermínio dos judeus será minha prioridade ao assumir o poder. Eles não sabem proteger-se a si mesmos e ninguém vai apresentar-se como seu protector".
1938 EC: aconteceu a chamada "Noite dos Cristais" na Alemanha, quando 191 sinagogas e inúmeras instalações judaicas foram destruídas, 91 judeus foram assassinados e 30.000 arrastados para campos de concentração. Durante a Segunda Guerra Mundial foram mortos seis milhões de judeus.

 FONTE:  RADIOCLANDESTINO.BLOGSPOT.COM

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